quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Política é tudo. Tudo é política.




Para a maioria dos brasileiros, política é algo distante e que não lhe diz respeito. É artigo de luxo para os “desocupados lá de Brasília”. Experimente fazer o seguinte: pegue um ônibus, sente-se confortavelmente, até onde isso for possível, abra seu jornal na parte de política e mergulhe na leitura.
 


Em pouco tempo, você será olhado como um marciano. Na concepção popular, nada mais destoante: um sujeito lendo sobre política num ambiente popular, refúgio dos homens e mulheres do povo, essa abstração generalizadora e por isso mesmo equivocada.

Pois o povo é constituído de gente de todas as esferas sociais, de todos os extratos de que se compõe uma sociedade. Mas, em que pesem alguns clichês naquela visão de um “coletivo popular”, o que talvez seja redundante, como a Meca do povo, o que há, vimos bem, é o contraste entre a concepção da política do “homem da rua”, e tudo que diz respeito a essa ideia prenhe de equívocos, e a condição mesma, a “vida como ela é” desse ser destituído (sempre segundo os estereótipos) de preocupações abstratas que é esse homo popularis.
 Se isso é deletério entre adultos, imagine entre os jovens!

 Acompanhar política é um dever de todos nós. Aqui, eu poderia lançar mão daquele poema do Bertolt Brecht ultraconhecido, que, resumidamente, nos mostra que a política está por trás de tudo que fazemos, sobretudo daquelas coisas que nos afetam como cidadãos.

Por isso, neste ano eleitoral, e não apenas nele, devemos erguer nossas antenas, captar o que dizem os políticos, o que fazem, o que deixam de fazer, o que diz a imprensa, vasculhar as coligações partidárias, escarafunchar “aquele” político, o passado “daquela” prefeita, o que disse lá atrás aquele candidato a reeleição etc.

Devemos também estar de olho, de preferência sempre, nas questões geopolíticas. Tudo isso é política. Tudo isso nos diz respeito. E é tudo que os maus políticos não querem que façamos. Eles querem a visão popular da política como algo do interesse privativo de uma minoria e escandalosamente incompatível com a vida atribulada e terra – a – terra dos mortais cá fora, longe daquele lugar, Brasília e seus prédios míticos, vistos como uma miragem, tão distantes da vidinha Severina do povo.

Distância essa tanto física quanto abstrata. “Esquecem-se” eles, os maus políticos, que tudo aquilo está a nosso serviço, pago pelo dinheiro de nossos impostos.

Portanto, arregace as mangas. Informe-se sobre política. Leia a parte de política antes de qualquer outra. E faça-o na presença de outras pessoas, se puder.

Talvez seu exemplo, mínimo que seja, leve outras pessoas a ver a política não como picuinhas inúteis, mas como um instrumento de mudança, de aperfeiçoamento e de engrandecimento das nossas instituições, que se não forem objeto de nosso zelo, talvez sejam apropriadas pelos maus políticos.

Do contrário, teremos a política que merecemos.

Politize-se!

Por Elienai Araújo

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